Pular para o conteúdo principal

Café



O  silêncio predomina durante o o café da manhã, olhares cruzados, a sensação de que há algo a ser dito, mas nem ao menos uma palavra é pronunciada, ouve-se apenas o barulho da colher batendo na xícara ao mexer o café.
Enquanto eu, estava ali, sentada no fundo da sala, lendo minha adorável revista de ilusões, distante de todos, cultuando a minha solidão interior, o silêncio ecoava como se substituísse meus batimentos cardíacos e a minha consciência pedindo para voltar a realidade.
Benditas batidas, interromperam sem piedade o meu vazio!Que mania esse tal de meu marido tem de bater a colher na xícara:
- Já chega!Até quando será assim!
E ele não pronuncia uma palavra se quer, como se eu não existisse.
Aos poucos o silencio que a pouco eu venerava, começou a ser torturante, pois era usado contra mim.
Enfurecida bato a porta e vago desatenta pela rua e uma luz branca vai aos poucos tomando conta de mim.
Vejo meu corpo estendido no chão e percebo que agora sou apenas uma alma e enfim, a paz que tanto desejei.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Sonhos no Vidro da Janela

Olho para a janela e vejo a chuva caindo, com ela, todas as lembranças do que um dia existiu. A agua embaça o vidro da janela e demostra o futuro que pode nos restar. Suas gotas limpam os males e apagam as tristezas. O dia, enfim, clareia e uma nova chance parece surgir. As poças, na calçada, vão sendo evaporadas e finalmente, eis o nascer do Sol! O vento em forma de sutil brisa leva para longe as preocupações, e assim, um novo amor parece surgir. A tarde só faz enriquecer cada segundo ao lado teu. E quando a noite cai, a retrospectiva de tudo o que passou faz vir à tona a tristeza. A saudade bate e a espera de um novo começo, igual, ou melhor, ao que se foi, é inevitável! Volto a olhar o vidro da janela depositando tudo o que vivi dentro de um vendaval de emoções, a espera que ele bata em sua porta e não te deixe esquecer-se de mim. Por teus beijos clamo por teu abraço me desespero, quero poder sentir o calor de nossa paixão, me fazendo suspirar de amor por você

Anjo Negro

Como és estupido Anjo Negro, Achas que podes ferir meu coração, com essas promessas e amor que nunca serão cumpridas? Quero se amada de verdade! Suas estripulias não me atingem mais, minhas lagrimas secaram de tanto gastá-las com tolices. Queres zombar de meu coração? Não vê que estou farta dessas suas brincadeirinhas que só me  levam a ilusão. Não vou tolerar mais isso! Tire já esta flecha de perto de mim! Não vou sofrer em vão. Saia agora de perto do meu coração! Me fazer chorar por pura babaquice. O que tens em mente afinal? Estava em paz e agora sinto  um vazio dentro de mim. Meu mundo colorido perdeu a cor. Por que és tão inconveniente? Agora está tudo perdido. Até o tempo é meu inimigo! Não sei mais o que fazer para  consertar os estragos que você me fez. Por que eu gastaria meu tempo com amores impossíveis? Padeço e sei que dentro de mim só o vazio restara. És culpado deste cr

Escuridão

É noite, ouço nitidamente os grilos, o sereno molha minha pele e mesmo assim, nada me comove.    Parada, intacta no meio daquele escuro matagal.    De repente ouço um barulho estranho seguido de um vulto, entre os arbustos e é este fato que me desperta.   Ao me virar, silêncio. Novamente olho para trás e começo a sentir meu coração pulsar, são batidas rápidas, em contraste com a minha respiração, sinto uma angustia, um mal-estar que me toma o corpo todo.   Penso estar sendo seguida, corro o mais rápido que eu posso e quando já não tenho mais forças, caio tonta no chão.   Levo alguns segundos para recuperar os sentidos e quando olho ao redor, percebo estar em um local sombrio e visivelmente precário (teia de aranha pelos cantos, mofo nas paredes e manchas de sangue por toda a parte).    Meus pés e minhas mãos estão amarrados, minha boca amordaçada e com uma sensação terrível de que nada acabará bem.     Enquanto meus pensamentos me afligiam, comecei a ouvir um