O silêncio predomina durante o o café da manhã, olhares cruzados, a sensação de que há algo a ser dito, mas nem ao menos uma palavra é pronunciada, ouve-se apenas o barulho da colher batendo na xícara ao mexer o café.
Enquanto eu, estava ali, sentada no fundo da sala, lendo minha adorável revista de ilusões, distante de todos, cultuando a minha solidão interior, o silêncio ecoava como se substituísse meus batimentos cardíacos e a minha consciência pedindo para voltar a realidade.
Benditas batidas, interromperam sem piedade o meu vazio!Que mania esse tal de meu marido tem de bater a colher na xícara:
- Já chega!Até quando será assim!
E ele não pronuncia uma palavra se quer, como se eu não existisse.
Aos poucos o silencio que a pouco eu venerava, começou a ser torturante, pois era usado contra mim.
Enfurecida bato a porta e vago desatenta pela rua e uma luz branca vai aos poucos tomando conta de mim.
Vejo meu corpo estendido no chão e percebo que agora sou apenas uma alma e enfim, a paz que tanto desejei.
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